domingo, abril 09, 2006

A bolha, o sol e o cachecol à papá

Tenho uma bolha no pé! Sim, e não é uma bolha qualquer, é uma daquelas de pele grossa e com uma localização privilegiada: na base do joanete do pé direito.
Parece que os ténis maravilha “nike running”, que comprei a um preço espetacular, não foram feitos a pensar em pés “joanetados”… Agora que eu estava já com um certo ritmo nas minhas corridas, vou ter de esperar que esta porcaria cicatrize!
Felizmente esta minha nova amiga (a bolha!), não me impediu de desfrutar mais uns dias muito agradáveis e solarengos aqui no Montpellier de France! Sexta-feira, foi a vez experimentar o relvado na minha cité U. Juntei-me a uns espanhóis de Química, que ainda não percebi muito bem o que fazem realmente na vida. Têm todos o ar de quem tem a minha idade (ou mais), e disseram-me que estão no 2º ano… E quando disse que já estava no 6º ano ficou tudo com ar de: “eh lá! Grande cromo!”. Este relvado que eu chamo “Plage de Boutonnet”, tem aves raras de toda a maneira e feitio. Desde a nórdica bardajona que mal sente calor se põe deitada ao sol em soutien, ao franco-àrabe que joga futebol com os amigos com a belo rap afro-franco-árabe em altos berros, aos espanhoís que fumam de tudo um pouco enquanto se lamentam que têm de ir a uma aula obrigatória…
Ontem fui com o Daniel e a Catarina conhecer uma aldeia perdida no meio dos montes: St Guilhem-le-désert. Desta vês tivemos mais sorte com o tempo, e a chuva que apanhámos em Carcassone não nos apanhou desprevenidos. O Sol fez o favor de iluminar uma das paisagens mais bonitas que conheci. Foi pena os horários dos autocarros não possibilitarem um passeio mais prolongado pelos caminhos em redor da aldeia.

Palavras para quê… Simplesmente adorarei St-Guilhem, uma aldeia que tem as duas origens no séc. IX, e que está inserida nos caminhos de São Tiago de Compostela.
A noite, que começou num bar simpático do centro histórico (mi barrio) acabou por terminar com mais um botelhon na Place Carnon (Lugar oficial do botelhon em Montpellier). Desta vez nem consegui beber todo o vinho que comprei na epicerie do Turco… Claro que nestes lugares aparecem sempre umas personagens estranhas: desde um homem das obras que não se calava, e que me fez chegar a pensar que chovia (tal era a quantidade de gafanhotos), a um francês aspirante a freak já com o seu cão (deve ser requisito obrigatório por estes lados) a dizer que era fascinante como nos falávamos línguas estrangeiras… ele deixou a escola, não fala outra língua que o francês, e diz ser feliz assim. Não percebi onde ele queria chegar… Nós fascinantes por “anormalmente” falarmos outra língua além da nossa, e ele o fixe porque é burro? No fim um Francês do pais basco fica admirado por eu apenas ter 23 anos! “Ah! É que com esse cachecol à papá pareces muito mais velho!”. Cachecol à papá!? Pareço mais velho!? Claro, era só apenas mais um daqueles com a minha idade ou mais, mas que ainda deve estar no 2º ano…

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois ainda bem que gostaste de Saint Guillaume...e que apanhaste bom tempo...A mim fez-me lembrar aquela vilazeca do filme "Chocolate"...
Quanto a pareceres mais velho, isso, vindo daquela gente, é um elogio porque, na realidade, o que eles querem dizer é que tens um ar limpo e consciente ;))
Bjocas e aproveita...
PS: Já foste patinar? Não deixes de ir...

doryta disse...

entao amigo Casa?! veja lá se escreve alguma coisinha señ já ñ lhe faço a cenoura algarvia para o 1 de maio...lol...

eduarda disse...

Faço minhas as sábias palavras da doryta. é favor voltar a dar noticias! qué isto? Andas muito desaparecido! Jokas