quinta-feira, maio 27, 2010

Fila Indiana

Quando pensam em transportes públicos de referência, Londres deve ser um nome que vos vem logo à cabeça. Estou certo? De facto a rede de transportes é impressionante. Quando observamos o mapa da rede de metro combinada com os comboios suburbanos ficamos com uma imagem caótica de interligações de várias cores a formar um labirinto difícil de compreender.
Os ingleses não gostam que eu diga isto, mas a rede de metro e RER de Paris parece ser mais funcional. Mais que não seja pelo facto de em Paris existir um RER que cruza a cidade e a liga a zonas mais suburbanas. Em Londres ainda se está a construir algo parecido ao RER, o CrossRail. Eu só cá estou há um mês e já sinto falta do dito CrossRail! Tinha­­-me facilitado muito a procura de casa, uma vez que aumentava o número de possibilidades para viver com acesso ao longínquo Stockley Park (a porcaria do parque de escritórios o a minha empresa se instalou).
Falando de comportamentos nos transportes… Lisboa tem uma rede de metro com uma cobertura medíocre, a frequência dos autocarros é uma anedota, a interligações entre os vários transportes não são grande coisa mas já foram piores (eu ainda sou do tempo de apanhar o barco no Terreiro do Paço, vindo da estação do Rossio, para apanhar o comboio para o Algarve no Barreiro!). Mas há uma coisa em Lisboa que fazia muita falta a esta terra: a fila na espera do autocarro.
Os ingleses tem a fama de ser muito organizados, e muito cumpridores das regras, mas meus amigos no que diz respeito à entrada nos autocarros… É um caos! Principalmente na minha adorada carreira 350. Ainda estou para perceber onde é que nós fomos buscar o termo “fila Indiana”! Devia ser uma coisa Goesa, de Damão ou de Diu, porque fila é coisa que os indianos de cá não sabem o que é no que diz respeito à entrada no autocarro. Não sabem os indianos, nem os ingleses, nem os chineses, nem sei lá mais o quê que apanhe o dito bus 350. Ainda hoje de manhã me irritei com uma de lá daqueles lados (Bangladesh ou coisa parecida), que passou á frente de mim de uns turistas para entrar num elevador de acesso ao metro. Lixou-se, porque era tipo uma babysitter que ia levar uma criança à escola, e eu fiz questão de ficar entre ela e a criança quando entrei no elevador (sim porque dentro do elevador ela furou mais um pouco para a frente). Era vê-la toda a aflita à procura da mini-bifa. Toma! Depois quando o elevador abriu teve que esperar.
Mas voltando ao bus 350 (e lá a sô dona da voz do autocarro diz “three fifty” e não “three hundred and fifty”), o caos começa antes da entrada! O autocarro não para sempre no mesmo lugar. Ora 10 m à frente ora 10 m atrás e isso faz muita diferença para a multidão que se move conforme acha que o autocarro para mais atrás ou mais a frente. Eu adoptei a táctica de ficar sempre no mesmo lugar, e tem corrido bem. Depois a porta abre e “tudo ao molho e fé em Deus”! Faz-me lembrar os tempos em que apanhava a “caminete” das 2h de Loulé para o Parragil à Quarta-feira quando toda a gente tinha tarde livre.

2 comentários:

Sofia disse...

LOL ... a caminete das 5 e meia tb não era melhor. E as Sras de mais idade ... AKA velhotas ... eram as piores. Empurravam e depois diziam ... rástaparta os moços, malcriados!

Tens que começar a educar esses camones ...

Pharmagilense disse...

A "caminete" das 5 e meia sempre foi um grande clássico!