Fazendo o balanço de uma semana de estágio, consigo apenas contabilizar uma manhã de “estágio real”, uma manhã em que estive com os técnicos responsáveis pela gestão das existências em armazém. Reparei que pouco irei ter de fazer durante este estágio… Como a big boss da farmácia teve a feliz ideia de me por a estagiar a tempo inteiro, estão a ver a grande seca que vou gramar no Hospital Lapeyronie (adoro este nome, até tem um “y”!).
O dia de ontem foi particularmente agitado. O meu colega Erasmus de Valência (de nome Raimond, ou Raimon ainda não percebi muito bem…em português é bem capaz de ser Raimundo!) finalmente apareceu, foi o que me valeu, pois sempre tinha aluguem para me acompanhar no “faire rien”. A manhã foi passada entre bolos, chá e sumo de laranja no “bureau” dos ensaios clínicos a falar com pessoal que pouco mais faz que o “je”. Quer dizer, de vez em quando lembram-se e começam a fazer umas coisas no computador, depois para falar… Função pública: condições diferentes mas sempre a “mesma maneira de estar”.
Desta vez eu e o Raimond fomos almoçar à cantina da fac. de odontologia, onde lá estavam outras espanholas. Foi uma peixeirada à mesa! Imaginem um grupo de 4 raparigas a falar alto, e claro, a falar mal de outras espanholas que estão em Montpellier: “Mas que cabrona”, “es una Gorrona”… (Não sabem o que é gorrona, pois não? Tem o significado próximo da nossa expressão “mão de vaca”. O que eu me tenho rido com esta expressão!)
As amigas espanholas deram-nos uma informação preciosa: localização do LIDL! Arret du tram St. Eloi + Bus la Ronde. Lá fui eu com o meu super saco azul do IKEA (das melhores coisas que trouxe para aqui), comprar bens essenciais como leite e água. O pior foi trazer 6 pacotes de leite mais 8 lt de água para o “bus” e para o “tram”. O super saco do IKEA, não só teve capacidade para o volume de carga, como não se rompeu pelo caminho. O “Raimundo”, que é metade da minha pessoa, tinha de parar de 10 em 10 m para descansar com os seus 4 ou 5 sacos de compras. Estão a imaginar as figurinhas… eu então com o mega saco de vendedor ambulante, onde se podia espreitar um rolo de cozinha e um sumo de laranja “solevita”.
O que valeu foi a noite, onde já pude beber umas valentes cervejas. Meti-me mais uma vez numa festa da Espanholada… Conheci as Erasmus de Barcelona da outra farmácia hospitalar de Montpellier, que estão cá há mais de 3 meses e continuam a falar um francês muito fraquinho. Vejam só que ainda recorrem à técnica de afrancesar o espanhol/catalão para se fazerem entender. Eu entendo perfeitamente, mas os franceses nem sempre. Mas todos sabem pedir uma imperial barata em copo grande: Une Pinte! (confesso que ainda não atinei com a pronunciação desta palavra tão fundamental).
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
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